JULGAMENTO PASCAL
Tema: Páscoa
Personagens: Juiz; Advogado; Salomé; Maria Madalena; Caifás; Pedro; Pessoa.
Tempo aproximado: 30 minutos
Sinopse: Durante um julgamento, são ouvidos personagens da Bíblia que são questionados sobre a ressurreição de Jesus, uma pessoa da época atual também da seu testemunho sobre Jesus e como Ele age em sua vida, o Juíz pergunta aos jurados (público) se acreditam na ressurreição de Jesus, e o caso é encerrado.
CENA ÚNICA:
Juiz : Se as testemunhas e o advogado estiverem preparados, chamarei os jurados; senhores jurados, os senhores foram escolhidos para analisar e dar o veredicto do caso de hoje. Podemos começar? Peço silêncio. Senhor advogado apresente a sua queixa.
Advogado : Eu acuso as pessoas de há quase 2000 anos espalharam uma calúnia, a mentira de que Jesus de Nazaré teria ressuscitado dos mortos.
Juiz : Que se apresente a primeira testemunha.
Advogado : Esta foi uma das primeiras a achar vazia a sepultura.
Salomé : Sim, Senhor, foi domingo de manhã bem cedinho. Quando chegamos, os guardas haviam fugido, e a pedra tinha sido removida. A sepultura estava vazia.
Advogado : A senhorita diz que a sepultura estava vazia. A senhorita verificou realmente bem?
Salomé : Não, mas porque nós vimos os lençóis e porque um anjo disse...
Advogado : Um anjo! A senhorita não quer contar a nós homens do século XXI que realmente viu um anjo.
Salomé : Eu também não pude acreditar, porque nunca antes me havia acontecido tal coisa, mas foi um anjo e ele nos disse: "Ele não está aqui, Ele ressuscitou".
Advogado : Ele ressuscitou! Está certa de que o anjo empregou tais palavras e não somente: "Ele não está aqui?" Não poderia ter sido possível que na sua agitação a senhorita tenha se enganado de sepultura? Existiam muitas sepulturas no jardim e depois este "anjo" poderia ter sido o jardineiro que lhe dissera: "se procuras Jesus, enganou-se de sepultura. Ele não está enterrado aqui...”.
Salomé : Não, tenho certeza de que era a sepultura de Jesus.
Advogado : Como pode dizer isto com tanta precisão?
Salomé : Porque estava lacrada. E os soldados estavam lá...
Advogado : Antes a senhorita disse que os soldados não estavam lá.
Salomé : Eles já haviam fugido - porém era a sepultura - tenho certeza.
Advogado : Mas a senhorita nem olhou direito, será que o cadáver não estava ainda lá dentro?
Salomé : Não, ele não estava...
Advogado : Isto é tudo. Que se apresente Caifás. (Salomé sai, entra Caifás) O senhor foi sumo-sacerdote em Jerusalém naquele tempo. O que tem a nos dizer sobre o caso?
Caifás : Com a parte da sepultura eu concordo. O cadáver, que sexta-feira foi posto na sepultura, não estava mais lá no domingo. Fizemos um exame minucioso também de outras no jardim. Foi muito doloroso confessarmos isto, porém a sepultura estava vazia. Ele tinha desaparecido.
Advogado : E o que acha o senhor que aconteceu?
Caifás : Isto está claro como a água: os discípulos o roubaram e o sepultaram em outra parte. Nós tememos que isto poderia acontecer e por isso nós colocamos alguns guardas lá e lacramos a sepultura.
Juiz : E como é que foi que os discípulos o roubaram?
Caifás : Cedo se deu um tremor de terra, os soldados assustaram-se e porque eram muito supersticiosos fugiram. E os discípulos aproveitaram a oportunidade.
Juiz : Foi dito que os soldados estavam dormindo.
Caifás : Em nosso desespero, demos-lhe dinheiro para que afirmassem isso. Eu pessoalmente acho que os discípulos o roubaram durante o tremor.
Juiz : Porque subornaram para que mentissem?
Caifás : Devemos pagar fogo com fogo, mentira com mentira. Nós temos que defender os nossos interesses. Sua ressurreição seria para o povo uma prova de que Ele era realmente o Messias. Tal mentira não poderia ser admitida.
Advogado : Obrigado. (Caifás sai - o advogado dirige-se ao Juiz) Vossa Excelência - afirmam que este Jesus de Nazaré ressuscitou, porque foi visto. Posso chamar Maria Madalena? (entra Maria Madalena) Maria Madalena, a senhorita afirma que viu o ressuscitado?
Maria Madalena : Sim, senhor. As outras mulheres fugiram. Eu permaneci, fiquei muito triste porque pensava que os judeus o tinham sepultado em outro lugar. Eu estava preocupada e chorei.
Advogado : A senhorita chorou. É muito sensível. Chora muito. A senhorita não é um pouco histérica?
Maria Madalena : Não, histérica não sou.
Advogado : Mas naquele dia a senhorita estava um pouco histérica e pensou ter visto o seu Senhor.
Maria Madalena : Mas eu o vi. Ele estava do meu lado, assim como senhor agora.
Advogado : Era o jardineiro aquele que também falou com Salomé; o jardineiro que ela julgou ser o anjo. No seu histerismo a senhorita...
Maria Madalena : Não! Era o meu Senhor - primeiro eu também pensei que fosse o jardineiro. Aliás, outros também o viram.
Advogado : Quando o viram os outros? Quem?
Maria Madalena : Os discípulos e sua mãe - Em Jerusalém e na Galiléia.
Advogado : Maria Madalena, a senhorita quer contar-nos alguma coisa a respeito de sua vida passada, antes de conhecer Jesus e seus discípulos?
Maria Madalena : Isso não interessa a ninguém daqui.
Advogado : Por que quer esconder seu passado? Talvez seja verdade aquilo que contam por aí, que a senhorita andou com os soldados...
Maria Madalena : Ninguém sabe o que fui antes de encontrar Jesus. Ninguém, a não ser Ele e eu. Confesso que fui pecadora, mas eu só compreendi isso quando conheci o meu Senhor. Nós todos aprendemos, todos que estiveram com Ele. Mas Ele perdoou os meus pecados.
Advogado : Mas Ele pode fazer isto?
Maria Madalena : Porque Ele não é somente homem, é Deus. Como Ele pode dar visão a um cego, curar um paralítico, como Ele ressuscitou Lázaro dos mortos, assim Ele tem poder de perdoar os meus pecados. Ele é o Senhor da vida e do mundo. Ele não está sepultado na terra, como pensa o senhor.
Advogado : Silêncio! A senhorita já está novamente histérica.
Juiz : Atenção! Ordem! A testemunha deve se controlar. Posso perguntar por que o advogado queria irritar a testemunha com perguntas de ordem particular?
Advogado : O caráter dessa mulher e o de seus companheiros é muito importante. E afirmo que os seguidores de Jesus eram sem caráter, que queriam espalhar uma mentira entre as pessoas. Que venha Pedro, o pescador, agora. O senhor é Pedro, antes Simão, o pescador da Galiléia?
Pedro : Sim, meu irmão André e eu deixamos nossa profissão para servir o Senhor.
Advogado : Isto não foi um sacrifício porque não perderam muito. Esse senhor, pastor do povo tinha muita fama. Onde ele aparecia reuniam-se muitas pessoas; e os senhores como seus discípulos tornaram-se famosos. Para os simples pescadores isso foi um passo para a fortuna.
Pedro : Sim, isto é verdade, e porque o senhor está dizendo isso? Ainda não compreendi.
Advogado : Quando ele faleceu a ventura e a honra havia terminado. Mas então raciocinaram: nós não precisamos fechar o negócio, se dissermos aos homens que Ele não morreu. Roubaram então o seu corpo e contaram a todos que Ele havia ressuscitado. E adiantou. Puderam continuar com o profetismo.
Pedro : Profetismo? Como? Meu irmão e eu sabíamos que seríamos crucificados e todos os outros discípulos, exceto João seriam assassinados. Se acha que propagamos uma mentira, então deve achar que nós enganamos a nós mesmos. E o que é verdade está provado, porque outros que não viram creram, tanta fé não teríamos conseguido com nossos pobres ensinamentos, mas o Senhor conseguiu e consegue em todo mundo.
Advogado : Até hoje - pois sim, está na hora de terminar com esta mentira. Agora vou chamar alguém do século XX. Por favor, a última testemunha. (Pedro sai e entra uma pessoa) O senhor acredita que este Jesus de Nazaré ressuscitou?
Pessoa : Sim, acredito.
Advogado : O senhor alguma vez o viu?
Pessoa : Não.
Advogado : Então, como pode afirmar isto? De onde tem sua fé?
Pessoa : De meus pais, da escola dominical, cada criança aprende isto.
Advogado : Mas nenhuma pessoa razoável acredita nisto. Ou o senhor ainda é tão criança que acredita nestas histórias que lhes contam?
Pessoa : Eu também pensei uma vez que fosse história, até que experimentei...
Advogado : Experimentou? O quê?
Pessoa : Crendo que Jesus não estava sepultado na Palestina, mas que ressuscitou, que Ele vive e pode me ajudar.
Advogado : Ajudar? Precisa de ajuda? Não é inteligente que chega para vencer sozinho, como homem?
Pessoa : Não. Sou muito inteligente, mas sei que não posso vencer sozinho. Observe os poderes que há no mundo, o que acontece na política. Escute as vozes de nosso tempo. Ela chama: Entre as nossas fileiras! Coopera! Escute os discursos políticos. Olhe os cartazes dos cinemas, as revistas. Fica-se tão confuso! Mas eles não apenas falam, eles também têm poder, eles podem obrigar-nos. Sentimo-nos desamparados. Cedemos. Colocamos um uniforme e marchamos com os outros. Gritamos quando os outros gritam. Vamos para onde nos mandam e onde nos chama de amigos. Quando estamos a sós não podemos lutar contra isto. Eu ao menos preciso de alguém que me ajude... E este alguém existe. Ele é Deus. Ele se chama Jesus Cristo.
Advogado : O senhor fala com convicção.
Pessoa : Sim, porque Ele já me ajudou muitas vezes.
Advogado : O senhor está cem por cento certo?
Pessoa : Eu nunca estou cem por cento certo. Eu tenho as minhas dúvidas, mas tenho certeza de que sem Ele não há esperança nem consolo. Não há fundamento para o mundo e que sem Ele estou perdido. Eu creio, Senhor, ajuda-me em minha pouca fé.
Advogado : Bem, prezado senhor juiz, prezados jurados, apesar de termos assistido a muitos depoimentos emocionantes, vemos que ninguém está cem por cento certo que Jesus de Nazaré ressuscitou verdadeiramente. Podemos acreditar, se quisermos. Mas isto seria ridículo e sem fundamento.
Juiz : Terminado os depoimentos, fica a critério dos jurados a decisão. Vocês acreditam que Jesus de Nazaré tenha realmente ressuscitado? (Os jurados são o público, o juiz faz esta pergunta para o público que deve responder: SIM). Caso encerrado.
Pessoa: Posso dizer mais uma coisa?
Juiz : Sim.
Pessoa: O caso não está encerrado, muito pelo contrário, está começando. Porque Jesus disse: Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as pessoas. Que crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. E lembre-se eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.